Tudo começou no Santo Amaro: o dia que levei um jornalista gringo no baile funk!
- Tamiris Coutinho
- 7 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
Tudo começou no Santo Amaro...🔊🔊(se você não leu cantando, não tem a carteirinha de funkeiro(a) do RJ.
A postagem de hoje é para falar sobre o dia que levei um jornalista gringo para o baile do Santo Amaro. Bem, na verdade, para falar sobre a experiência de ter minha voz, falando sobre funk, nas Ilhas Faroé, território dependente da Dinamarca, entre a Escócia e Irlanda.
Bem, primeiramente, deixa eu apresentar o jornalista e sua relevância. Regin Poulsen é das Ilhas Faroé e me procurou para ajudá-lo em um podcast sobre música popular brasileira. Ele queria um episódio inteiro sobre funk, e eu seria sua referência.
No primeiro momento, ao receber a mensagem via DM no Instagram, pensei "será que é golpe?"(olha só minha ideia). Por isso, inicialmente, combinamos de bater um papo online para se conhecer e alinhar nossas expectativas.
Nesse primeiro papo, nos conhecemos melhor, e Regin já disse que queria ir em algum baile funk. Bem, logo pensei no Santo Amaro que fica localizado no Catete e é um dos principais bailes de favela do RJ.
Saímos do bate papo online organizando nossas agendas para seguirmos com o projeto. Combinamos nosso encontro presencial num sábado de noite. Gravaríamos uma entrevista e após a entrevista iriamos para o baile.
Na entrevista, falamos sobre a trajetória e história do funk, os principais marcos temporais, a importância das mulheres e as principais vertentes. No Baile, Regin queria, sobretudo, gravar a ambiência sonora.
Chegamos no Santo Amaro por volta das 01h e fomos super bem recebidos pela galera da Trilogia do Santo Amaro. No Baile, Regin pode gravar os DJs trocando no baile, o que proporcionou uma noção real para o ouvinte.
O episódio já está disponível, porém está em feroês. No entanto, recomendo muito que escutem pelo menos algumas partes. Principalmente para ouvir a ambiência real e oficial gravada no Baile do Santo Amaro. Muito legal ouvir o som do nosso funk de baile de favela rompendo fronteiras. Além disso, no episódio há algumas músicas escolhidas por mim para exemplificar durante as explicações.
Quando comecei a trabalhar com funk, não pensei que eu poderia ir tão longe falando sobre funk, cultura periférica e baile de favela. Posso não ter ido as Ilhas Faroé de corpo, mas de voz e alma estou lá levando o funk comigo.
Link do episódio completo: https://kvf.fo/node/161268?sid=162470
Tamiris Coutinho
Mestranda do Programa de Pós Graduação em Comunicação na Universidade Federal Fluminense (UFF), vinculada ao Laboratório de Pesquisa em Culturas Urbanas e Tecnologias (Labcult), pesquisando a cena do trap no Rio de Janeiro.
Autora de "Cai de boca no meu b*c3t@o: o funk como potência do empoderamento feminino. Graduada em Relações Públicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com formação em Música e Negócios pelo Instituto Gêneses da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO).
Label manager atuando no planejamento e operação de lançamentos musicais digitais.
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